Se durante muito tempo os empresários ignoraram os possíveis impactos ambientais de seus empreendimentos, hoje a situação está se invertendo. Empreendedores levam ações sustentáveis em conta desde o início dos seus projetos, o que gera economia, poupa o planeta e ainda faz o negócio ser visto com bons olhos.
Segundo a pesquisa Empresas que Mais Respeitam o Consumidor no Brasil, realizada pela consultoria especializa em varejo Shopper Experience em sete capitais incluindo o Recife, 23% dos brasileiros associam produtos de qualidade a respeito ao consumidor. A porcentagem é maior que a daqueles que associaram respeito ao atendimento de funcionários solícitos (16%). Apenas 9% dos consumidores entrevistados consideraram preço atrativo como sinal de respeito.
Para Stella Kochen Susskind, presidente da Shopper Experience e coordenadora da pesquisa, o apreço maior pela qualidade do produto está acompanhado pela procedência, nas condições proporcionadas pelas empresas na confecção do que é passado para os clientes. “O consumidor está mais consciente. Agora, sente na própria casa a necessidade do consumo consciente em todos os âmbitos.”
Carmen Cavalcanti, consultora do Sebrae, afirma que a tomada de atitudes sustentáveis deve partir de uma análise dos impactos causados ao meio ambiente. “É importante que os empresários conheçam o impacto que geram e tentem descobrir formas de impedi-lo ou minimizá-lo.”
Quando falamos em sustentabilidade nas empresas é difícil vir à mente a construção civil. Mas aos poucos essa ideia vem mudando. Na Impacto Protensão, por exemplo, o uso de elementos plásticos no lugar da madeira para construção de lajes começou em 2008 e hoje já está bastante difundida. “Conseguimos substituir até 90% da madeira pelo plástico”, conta Rodrigo Castelo Branco, diretor executivo da empresa.
Na construtora Rio Ave, a começou a pensar em sustentabilidade em 1996. O empresarial Charles Darwin, na Ilha do Leite, foi projetado com esse conceito. Foram utilizados vidros especiais na janela para estimular a economia de energia. “São vidros eficientes que otimizam a entrada de luz natural enquanto bloqueiam em 60% a entrada de calor”, explica o gerente de projetos, Fabian Bezerra. Outras ações da construtora são o telhado verde e o reaproveitamento de água da chuva.
Atitudes sustentáveis também têm vez no varejo. A Etiqueta Verde, no Espinheiro, é uma loja que trabalha com materiais sustentáveis e reciclados desde a fundação, em 2012. Os produtos à venda são feitos a partir de lona e PET reciclados, algodão orgânico e bambu. “Encontrei em São Paulo lojas que trabalhavam com esses produtos e decidi trazer para o Recife”, diz a empresária Luciene Vilhena.
Até no ramo da pirotecnia sobra espaço para atitudes sustentáveis. Quem assistiu aos fogos da virada em Noronha ou em Porto de Galinhas pode não ter percebido, mas houve muito cuidado. Marcelo Tributino, da M.Tributino Pirotecnia, começou a aplicar atitudes sustentáveis no seu negócio há dez anos, inspirado pelo exemplo da China.
“Lá eles têm uma cultura muito maior de sustentabilidade em fogos”. Os artefatos pirotécnicos são produzidos com papel à base de arroz, livres de componentes químicos poluentes e de rápida decomposição.
Fonte: http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/economia/2015/04/13/internas_economia,571046/consumidores-recifenses-associam-qualidade-a-respeito-na-hora-da-compra.shtml